Mar calmo nao produz bons Marinheiros.


As Lutas do Governador Ronaldo Caiado



Todos fomos pegos de surpresa pela seriedade da pandemia do Corona Vírus. Entretanto, foram os governantes que sentiram, na pele, as obrigações de tomar medidas para evitar mortes e enfrentar a questão. É preciso entender que governar é justamente isso, tomar medidas, decidir, ser protagonista das ações nos momentos que a realidade exige. Há um ditado popular entre os marinheiros que diz: “ Mar calmo não produz bons marinheiros”. Os tempos atuais não são de mares calmos. As tempestades se avolumam a cada dia, e se  isso significa que haverá muitas perdas, e muito da bagagem terá de ser jogada ao mar, é certo que ao final de tudo isso, teremos melhores líderes para conduzir o país. Ronaldo Caiado, Governador de Goiás ao se ver diante da pandemia do Corona Vírus tomou a decisão de diminuir a velocidade do Navio, e controlar os movimentos não deixando simplesmente ser levado pela ventania.

A primeira batalha que Caiado enfrentou, para defender o estado do Corona Vírus, foi em sua própria base. Eleito apoiando Bolsonaro, viu muitos dos seus aliados próximos, chama-lo de traidor, uma vez que o presidente defendia que não houvesse isolamento social para deter o processo de infecção do Corona Vírus. Ao manter postura firme no que chamou de “defesa da vida pela sua condição de médico”, granjeou certo respeito da oposição e de uma grande parcela da sociedade, mas se considerarmos as manifestações das redes sociais e análises de notícias de jornais parece ter perdido apoio entre os pequenos e médios empresários do Estado que se viram e sentiram-se obrigados a fechar as portas de suas atividades comerciais. Este desgaste pode ser superado na medida que as decisões tomadas se mostre acertadas e o próprio empresariado entenda que economicamente fica mais barato proteger a vida do trabalhador do que lidar com um grande número de mortes e possíveis indenizações futuras aos familiares daqueles que venham considerados que tenham morrido por terem se infectados no trabalho.

Ao lado da batalha do Corona Vírus, Caiado batalha para assumir o controle político do estado. Durante o processo de filiação para disputa dos mandatos municipais, fortaleceu o DEM e Partidos aliados. Elegeu como Adversário a ser desintegrado, o PSDB. Filiou quadros e aliados antigos de Marconi Perillo, como Lúcia Vânia, e muitos prefeitos em todas as regiões do Estado. Fez alianças e projeta o DEM para sair das eleições municipais como um dos maiores partidos do Estado. Em algumas cidades grandes com mais de 50 mil habitantes, fez alianças, como Goiânia, onde já declarou possível apoio a Iris Rezende; Aparecida de Goiânia com Gustavo Medanha, e Anápolis com  Roberto Naves. Esta batalha, Caiado pode ter mais folego do que até mesmo, reconquistar o apoio do pequeno e médio empresariado, pois nas disputas politicas municipais o poder da máquina do estado pode fazer uma diferença fundamental, sobretudo nestes tempos de Pandemia.

A terceira batalha de Caiado é ideológica. Com a situação nacional sendo radicalizada pelos grupos ligados a Bolsonaro, Caiado é um dos líderes do DEM responsável por ajudar a decidir o futuro do presidente. Ao lado de ACM Neto, Rodrigo Maio entre outros, Caiado faz parte de uma Direita liberal e esclarecida que propugna por um liberalismo, mas que não se nega a usar a máquina do estado para aumentar o próprio poder. Na disputa com a direita radical e bolsonarista, a diferença se torna tênue quando entram na pauta assuntos como o aborto, forma de lidar com movimentos sociais, políticas de assistência social, relação entre trabalhadores e donos dos meios de produção ( patrões); e esta dificuldade de se diferenciar poderá abrir em espaços para novas lideranças  que disputam o foco das atenções da sociedade que buscam por mudanças na  política.

Acrescente-se a tudo isso, o fato que o Estado de Goiás já estava com dificuldades financeiras mesmo antes da pandemia, e que já se falava em dificuldades de investimento em Segurança, Educação e Saúde, áreas consideradas básicas e a que o eleitorado está cada vez mais sensível. Não resta dúvida que o momento é de mar tempestuoso e a forma como Caiado lidar com cada uma destas questões, poderá fazer dele um Novo Líder político em Goiás com 15 a 20 anos de mandato, como foi Marconi Perillo, ou torna-lo um governante de um mandato só. Até o momento, pode se dizer que o saldo é positivo a favor de Caiado, seja por uma grande fragilidade da oposição, ou mesmo pela rapidez com o que se colocou ao lado da defesa da vida. Entretanto, o saldo final, é até o momento imprevisível.

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