A violência nas escolas - Mais do que solidarizar com as vítimas precisamos pensar soluções.
Segunda Feira, 27 de março de 2023. As manchetes dos jornais de todo país estampavam a foto da professora morta a facadas por um aluno. O aluno já tinha sido advertido e transferido de outra escola. A professora tinha advertido o aluno dias antes do ocorrido. As redes sociais se encheram de indignação, os políticos de todas as matizes, com mandato ou não correram para se solidarizar para com as vítimas, e o fantástico contou a história da professora morta. O que poucos perguntaram foi : o que causa a violência nas escolas? Por que há tanta desvalorização do educador no Brasil? Por que a Educação no Brasil não é pensado como investimento?
Oito dias depois, uma creche é atacada no Estado de Santa Catarina, na cidade de Blumenau.. E novamente, vira manchete em todos os jornais,, as redes se enchem de solidariedade as vítimas e de indignação, e todos os políticos de todos os matizes ideológicos se manifestam e condenam a violência ( até mesmo aqueles que passaram os últimos dez anos estimulando o ódio na população) . Quase ninguém fala da necessidade de cuidar da educação, e quase ninguém fala de cuidar da valorização do educador, de investir mais na educação e cuidar melhor das futuras gerações. Desta vez , diz a polícia, o ataque partiu de um indivíduo sem ligações com a escola ou com a creche, que teve um surto psicótico e já tinha passagens pela polícia. O que uma análise mas profunda pode nos ensinar sobre tudo isso? O que podemos aprender sobre a professora morta a facadas e o ataque de hoje?
A escola de São Paulo segue fechada. Segundo depoimento presente em reportagens do o portal G1, havia brigas frequentes, falta de segurança, falta de funcionários e precarização da estrutura da escola há mais de ano. Sim. Já fazia anos que a escola padecia de falta de segurança e nada foi feito para evitar a tragédia. Uma semana antes , o agressor fez postagens nas redes sociais, praticamente avisou de que praticaria a tragédia. Ninguém prestou atenção. Por que isso acontece?
Pouco valorizados,, com salários que mal dá pra sobreviver , professores, coordenadores, e demais servidores da educação pública vivem sobrecarregados. Muitos estão doentes. Quem não ouviu falar alguma vez da quantidade de professores afastados por motivos de saúde? E quanto a creche? O agressor, segundo a policia não tinha ligações com a creche. Será? A maioria dos ataques perpetrados por pessoas com ataques psicóticos a escolas são resultado de lembranças e processos de adoecimento por violências sofridas no processo educacional. Não é de hoje que educação é relegada ao segundo plano pela sociedade. E por isso a escola adoeceu.
Entretanto, não podemos ficar na superfície. Não é a escola que adoeceu. A sociedade está doente. A nossa sociedade está na UTI. O cidadão que esfaqueou as crianças já havia esfaqueado o padrasto na adolescência. Não precisa ser um profundo estudiosos da psicologia humana pra aventar a hipótese das razões que levo este cidadão a atacar a creche. Um passado de maus tratos, já delituoso e que a sociedade não foi capaz de exercer o controle. Tudo isso , fruto de uma sociedade que nunca colocou a educação pública em seu devido lugar.
Acresce se a estes fatos a ignominiosa realidade de que por mais de dez anos a violência é louvada como meio de resolução dos problemas sociais. O armamento da população é defendido, as minorias são ridicularizados, o feminicídio aumenta em proporções assustadoras. Não, definidamente não podemos aceitar das autoridades apenas solidariedade e indignação nas redes sociais. É hora de começar um debate , com medidas emergenciais para conter a violência que se espalha, nas escolas e nas ruas. Precisamos combater o ódio incessantemente, sem tréguas, e sobretudo, cobrar políticas que recoloque a sociedade no caminho da pacificação.
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