19 de abril : dia do índio – Comemorar avanços, proteger as conquistas.

 

A construção de um ideário humanista será sempre cheio de idas e vindas, avanços e retrocessos, no entanto, podemos minorar os retrocessos e tivermos a coragem de exercer a gratidão pelos avanços, proteger as conquistas e não perder de vista o sentimento de justiça e de igualdade que deve nos mover. Hoje,,dia 19 de abril, é precismo comemorar, os avanços em primeiro lugar, e em segundo, estar atentos para evitar os retrocessos. E quando falamos em humanismo, o Brasil não será uma nação humanista enquanto não tratar os ancestrais de sua existência com a mesma igualdade, e o mesmo espírito de Justiça. Isso significa colocar no mesmo patamar índios, negros e brancos que aqui chegaram.

Não é preciso ser um especialista em história para compreender que no início de sua história o Brasil foi profundamente injusto com índios e negros, e há uma reparação a ser feita. A grandeza desta terra foi construída sobre o sangue, o suor e as lágrimas de índios e negros, onde os brancos sentiram-se no direito de escravizar, espoliar e até tentar exterminar os dois primeiros. E esta é a reparação que deve ser feita. Se índios e negros devem elevar as suas consciências de cidadãos de direitos, humanos, iguais, e lutar pelo espaço que lhes é facultado pela natureza, de viver em igualdade com todos, já ultrapassou a hora em que bracos e seus descendentes precisam rever valores e abrir mão desta ideologia escravista e de superioridade. Quando índios e negros lutam para serem tratados com igualdade e espírito de justiça não estão a libertar apensa eles, os oprimidos, mas lutando pela libertação do próprio opressor.

Nos últimos seis anos, podemos dizer que tivemos um grande retrocesso. Tivemos um presidente que falava abertamente em defesa do extermínio de índios e negros no país. Um presidente racista, misógino, xenófobo, e que parecia viver um degrau abaixo do atual plano civilizatório. Felizmente a vitória de Lula nos livrou de tamanha miséria e tragédia. No entanto, ainda não acabou. Tivemos já avanços. O Fortalecimento dos direitos humanos, ministérios próprios par cuidar dos indígenas, e todas as medidas que vieram com este pacote de recuperação do que já devia ser real. A ação mais contundente foi a intervenção que contribuiu e está contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos indígenas no Estado do Amazonas.

Precisamos, no entanto, lembrar que a emancipação dos indígenas deve levar em conta que somos uma nação e que queremos ser uma nação humanista. E temos indígenas não apenas no Estado do Amazonas, mas em o restante do país, espalhados por todos os estados. E, enquanto humanistas, ninguém deve ser esquecido e deixado para trás. A busca da igualdade, da emancipação das consciências, do espírito de justiça será, para nós,, uma luta mais ampla, que se requer comemorar os feitos, requer ainda mais, compreender as especificidades da luta política para evitar retrocessos. Então, isso significa lutar por uma escola pública, universal, e de qualidade. É preciso compreender que uma injustiça praticada a qualquer um cidadão brasileiro fere o espírito da própria nação.

O Governo Lula, até aqui, fez tudo que se pode esperar de um adepto do humanismo em favor dos indígenas. E, não apenas as intervenções diretas, mas sobretudo as intervenções indiretas que os beneficiam diretamente como o fortalecimento do Bolsa família, Piso da Enfermagem, programa mais médicos, e tantos outros programas, que por cuidar de todos aqueles que estão entre as minorias, atende o povo mais ancestral desta terra. E é neste caminho que devemos construir a nação que o mundo precisa, dando exemplo de espírito de justiça e de paz.