Dia 14 de abril – Dia Nacional de Luta pela Inclusão Social.

 



Parece que foi ontem, mas foi no ano de 1998 que me desloquei diversas vezes, da cidade de Campos Belos, no Nordeste Goiano para Goiânia. O Objetivo era realizar o curso de especialização organizado pela Secretaria Estadual de Educação , pela equipe do Dalson Borges da Superintendência da Educação Especial. O curso, ministrado por dois grandes nomes da área, na época – Maria Tereza Egler Mantoam e Romeu Kazumi Sassaki. Foi uma experiência e tanta aprender tantas coisas sobre o mundo destas pessoas que são marginalizadas pela sociedade por serem diferentes, possuírem diferenças que por vezes exigem adaptação.


O movimento daquela época com certeza rendeu frutos. Governos progressistas deixam resultados que por vezes parecem sutis e inexistentes, mas que fazem toda a diferença na vida da sociedade. São daquelas lutas diversas conquistas que parecem simples hoje, como sinalização para pessoas com deficiência visual nas calçadas, acessibilidade para cadeirantes, tradução em libras e tantas outras. O movimento a direita realizada pela política travou o movimento de inclusão. Pode até dizer que em Goiás, nos últimos anos houve algum retrocesso, sobretudo nos aspectos simbólicos e de conscientização das pessoas, entretanto, a inclusão veio pra ficar. Afina, a inclusão social é uma demonstração de respeito a vida, ao ser humano e as expressões da natureza.

Romeu Sassaki, conceitua  “inclusão socialcomo o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade”. O segredo é a mudança de paradigma. Até a existência do Movimento pró-inclusão, eram aqueles diferentes que tinha que se adaptar. Agora, é um movimento conjunto onde todos precisam se conscientizar de que é preciso fazer um esforço para que haja uma adaptação contínua de ambas as partes.

Já a professora Mantoan defende que o atendimento especializado não deve, de forma alguma, substituir o papel da escola na formação do indivíduo deficiente e que a saída seria uma parceria entre essas instituições e as escolas, de maneira a supri-los de um atendimento clínico, quando necessário. Uma e outra possibilidade não nega os desafios que é incluir na vida cotidiana, e no caso da escola, ambas mostram a necessidades de investimentos em formação e qualificação dos profissionais para lidar com a inclusão.



Hoje, neste dia 14 de abril, é importante lembrar como se deu a evolução da luta pela inclusão dos diferentes ( pessoas com deficiências, negros, índios), e se avançamos muito, é uma grande verdade que a sociedade ainda tem muito no que avançar. Episódios de preconceito, violência e desrespeito acontecem todos os dias, todas as horas em algum lugar desse imenso país. É preciso sobretudo um conscientização dos governantes para que os mesmos criem estruturas preparadas, qualificadas e com investimentos em recursos humanos e materiais para fortalecer o processo de conscientização da sociedade.

No caso escolar, a maioria das escolas possuem salas de recursos, mas ainda estamos longe do minimamente necessário. A maioria destas salas de recursos os professores não são bem remunerados, e em algumas escolas, tais salas estão nas mãos de estagiários e ou monitores escolares com formação precarizada. E mesmo com qualificação adequada nenhum professor, ou ser humano conseguirá realizar um bom trabalho sem investimento nos recursos materiais necessários e sem que estas crianças tenham acompanhamento clínico constante e especializado. É fundamental que compreendamos que cuidar destas pessoas, fazer a inclusão social acontecer de fato, é um elemento da ecologia e sustentabilidade social que fará do mundo um lugar melhor pra se viver.

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