Enquanto isso em Goiás : Gustavo Gayer, o Candidato pré candidato bolsonarista a prefeito de Goiânia.

 



Estudar o xadrez político goiano nem sempre é fácil. Aqui, parece que todos os gatos são pardos, ou seja, quase todo mundo parece conservador e de direita, mesmo aqueles que são filiados a partidos de esquerda, sejam pelas proposições que defendem, modus operandi que fazem política, ou alianças que praticam. No momento atual, esta situação fica ainda mais nublada. Vivemos o ocaso de um velho tempo e o surgimento de um novo. A morte de Iris, Maguito e diversos líderes de bastidores, deixaram um vácuo na política goiana, e com certeza deixou espaço para surgimento de lideranças como da que trataremos neste artigo.

No ano de 2012, analisando a política goiana, vimos de perto como a estratégia de Marconi Perillo de cooptar aliados e fixado que estava em derrotar Iris Rezende, garantindo uma quase unanimidade no Estado, levou-o a deixar espaço de crescimento a Ronaldo Caiado, ( Caiado) que como uma ideologia definida e firmeza de espírito foi construindo uma base sólida, e que com o desmoronamento do grupo de Marconi, aproveitou a oportunidade e tornou-se Governador. Marconi cometeu dois erros terríveis. O primeiro, em vez de se consolidar como líder, optou por cooptar antigos adversários; e o segundo, passou a perseguir diuturnamente aqueles que o criticavam. Com isso, suas políticas progressistas foram ficando em segundo plano e foi ganhando força no imaginário coletivo a imagem de um político rancoroso e perseguidor.

As coisas tomaram anda mais forma a partir de 2013. Os movimentos de Junho daquele ano levaram a população a olhar para a direita como solução para os problemas cotidianos. Com isso, políticos como Ronaldo Caiado ganharam força, o país entrou em um processo de polarização e o resto, a gente já sabe, pois está bem recente – nasceu o bolsonarismo. Aproveitando o fosso de credibilidade entre a esfera política e a população adeptdos e seguidores de bolsonaro dominaram as redes sociais com rapidez e impuseram um discurso violento, que no primeiro momento parecia apenas um discurso firme contra as mazelas sociais. As eleições de 2018, cujo resultado não foi apenas devido o crescimento do bolsonarismo, mas pela prisão pela Lava Jato do maior líder popular e de esquerda do país – Luiz Inácio Lula da Silva – fez o discurso violento tornar-se praxe, em vez de o arrefecer.

É neste tempo que surge nosso personagem goiano. Os primeiros bolsonaristas em goiás, foram inclusive os apoiadores de Ronaldo Caiado, Major Araújo, e companhia, e até mesmo o MDB de Iris e Maquito. No entanto, com a pandemia Caiado e os bolsonaristas da eleição de 2018, incluindo o Delegado Valdir, se afastam de Bolsonaro, uma vez que o discurso violento já não parecia agradar tanto a população e a sociedade caminhava para uma divisão nunca vista. E no processo de reeleição, a turma que radicalizou ainda mais no apoio ao bolsonarismo passa a ter no Major Vitor Hugo e no Gustavo Gayer seus líderes principais.

Eleito com votação expressiva para deputado Federal, depois de protagonizar diversas cenas de violência verbal contra o sistema eleitoral, e investigado pelo TSE, Gustavo Gayer tornou-se o pré-candidato já ungido pelo grupo de aliados de bolsonaro para ser o próximo candidato a prefeito de Goiânia. Considerando o modus operandi do grupo que lançou Major Vitor Hugo ao Governo, concorrendo com seus pares de direita, no caso, Ronaldo Caiado, é provável que a candidatura de Gayer se confirme no ano que vem. Assim, no campo de direita teria ao menos três candidatos; Um apoiado pelo Governo Caiado, e nesse caso, não sendo o Rogério Cruz, teríamos o prefeito tentando a reeleição.

Para além de Caiado e do grupo bolsonarista, a direita assumidamente direita em goiás, ainda possui quadros como Vilmar Rocha, Vanderlam Cardoso, e, o MDB, ou o que sobrou dele, já que hoje MDB e União Brasil caminham de mãos dadas. Tudo indica, que todo este povo deverá caminhar aliado ou para onde o Caiado disser que devem ir, no entanto, resta a esperança de que os interesses em defender uma sociedade democrática sejam mais fortes que os interesses e alianças particulares. É muito pouco provável que caiado apoie um candidato bolsonarista, e tem sido ventilado na imprensa a candidatura de Ana Paula, filha e herdeira ilustre de Iris Rezende, porém um incógnita de como seria na política agindo em sua própria e única vontade.

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