Considerações preliminares sobre a suspensão da implantação do Novo Ensino Médio - Mas um Grande Acerto Do Governo LULA
Está na mídia. O Governo Lula vai publicar portaria suspendendo a implantação do Novo Ensino Médio. É uma boa notícia pois o ponto mais negativo do Novo Ensino Médio é irreconciliável, irremediável e incontornável. O Novo Ensino Médio pode ser visto como tendo três pontos muitos negativos: 1. Falta de padronização do modelo aplicado nas escolas, inclusive em escolas da mesma rede e diferentes redes de ensino; 2. Ausência de incentivos para a capacitação de professores para lecionar nas novas disciplinas, 3. Aumento desmedido da carga horária.
Apenas este três pontos negativos são razões suficientes para revogar o Novo Ensino Médio, coisas que o Governo não terá como fazer sem uma dura batalha no Congresso – Câmara e Senado. Entretanto, é uma batalha necessária. Vou me dedicar aqui apenas ao ítem sobe a falta de padronização, para não dizer da impossibilidade de fazer esta padronização em um país de dimensões continentais e com diferenças regionais inconciliáveis. E por que devemos levar tão a sério a falta de padronização?
É simples. Visto a reforma como todo corremos o risco de ter escolas direcionadas para diversos tipos de cursos e incluindo outros, o que levaria a uma segregação e, sim, seria voltar aquele tempo em que o aluno tinha que escolher qual ensino médio fazer, se magistério, contabilidade, etc. Os defensores de tal modelo afirmam que isso nos aproximaria dos países desenvolvidos, o que é uma falácia, pois com toda as desigualdades existentes, jovens estudantes do interior, de estados e cidades periféricas estariam condenados a escolher o projeto de vida que estiver a disposição.
Se a falta de padronização é grave, pior ainda é a falta de incentivo a qualificação dos professores, sobretudo para ministrar as novas disciplinas, áreas de conhecimentos ou possibilidades a serem oferecidas aos alunos. É como se jogassem uma novidade no colo dos professores, algo que não foi construído por eles, e que eles se virem, se reinventem por conta própria para dar conta do recado. A suspensão nos dará tempo para construir e enfrentar o debate, já que nos últimos seis anos não houve debate construtivo neste país, apenas disputas e discursos de ódio. Precisamos fazer um debate sério, onde todos possam se desarmar, levar em conta a grande diversidade que é fazer educação nesse país, e assim, criar as bases reais de uma educação de qualidade de uma vez por todas.
Avançamos nos últimos vinte anos. Avançamos com a LDB, com o Fudeb, com o Piso Salarial nacional do Magistério. E sim, precisamos discutir o Ensino Médio, implementar Educação Integral, ( que ao meu ver não deve ser Universal e não precisa estar na Reforma do Ensino Médio para ser implementada pois já está prevista na LDB), porém, devemos fazê-lo com responsabilidade e com um planejamento sério de formação e qualificação dos professores para as mudanças desejadas.
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