Do Livro Folhas Secas ao Vento - Dúvida ideológica

 






No compasso da preguiça, talvez de direita,

Buscando a lei do menor esforço,

A miséria em todas as formas a espreita.

Vivendo na revolta, tendo a corda no pescoço.


No compasso da hipocrisia, de esquerda, talvez...

A luta se transforma em um mero bordão.

Homens desequilibrados, sem nenhuma altivez.

Atolados, no lamaçal da corrupção.


Nem direita, nem esquerda... talvez o centro.

Agarrados e misturados ao poder como a cinza ao seu vulcão.

Indiferenciados, aloprados, mesmo se pedra ou areia ao vento.

No fim, todos atolados. Mestres da corrupção.


Salpicados, extremistas, meio que sem identidade.

São nanicos, cheios de uma bravura indômita.

Fazem barulho, poluem, e pouco fazem pela cidade.

Por vezes, no entanto, deixam a sociedade atônita.


E ainda há uma multidão que vive orgulhosa.

A razão, diz: não faço política, não tenho ideologia.

É a camada mais densa e que vive em polvorosa,

Mergulhada na ignorância ao nascer de cada dia.


E eu, aqui estou nesta dúvida ideológica.

Sentado, quase aflito, ouvindo outros lamentos.

Seguindo, bem devagar, tentando entender a lógica

Daqueles que conseguem fazer da vida um breve entretenimento.


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