Do Livro Folhas Secas ao Vento - Esta miséria humana
Estou quase cansado da miséria humana,
cansado de ver crianças abandonadas nas ruas.
Ver perambulando sem rumo mulheres quase nuas.
Quase cansado, exausto, cativo desta vida de iguana.
Estou quase cansado de tantas misérias,
Quase cansando destas mulheres mal amadas;
Que vivem revoltadas, feridas, cheias de dores,
Chorando, reclamando, de tudo e de nada.
Estou quase cansado de homens corruptos
Que sangram o estado para alimentar as amantes.
Estas vivem infelizes, sôfregas, desesperadas,
Sonhando com a felicidade do cavalheiro andante.
Estou quase cansado dos homens gananciosos.
Estes que vivem perdidos, buscando o lucro maior.
E são tenazes, infelizes, guerreiros, sediciosos.
São amargurados, embriagados, desgraçados e morrem sós.
Estou quase cansando destes jovens sem esperança.
Estes que vivem “puxando saco” pra garantir o futuro...
Não sabem o que é mérito e querem viver de bonança.
Acreditando que tudo é paz do outro lado do muro.
E quero parar, quando uma voz me diz: não ainda!
E eu quero gritar, quando a voz me diz: ainda não!
Pois chegará a hora do juízo final.
Quando os pontos se ligam e tudo se finda.
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