Caiado, a Educação e o Piso do Magistério em Goiás.

 



Um dos maiores problemas da educação brasileira é a não valorização dos educadores, e nada é mais simbólico da não valorização dos educadores do que o não esforço para pagar o piso nacional do magistério aos professores que estão em salas de aula. Em Goiás, isso é uma realidade. Reportagem do G1. ( link) mostra que Goiás não está entre os estados que pagam o piso.. Reportagem do Jornal O Popular, questiona – O piso nacional dos professores acabou em Goiás? E, com a chamada - Caiado achata o reajusta para os professores – diz sintego ( Link). O problema fica ainda maior, quando se percebe que não é apenas os professores da rede estadual que não recebem o piso, dos 246 municípios, 200 não estão pagando o novo piso, segundo a reportagem.

A justificativa é que se pagarem o piso, extrapolará a lei de responsabilidade fiscal. O grande problema é que não percebem, estes governantes, que muitos dos problemas sociais que vivemos tem origem na péssima qualidade de nossa educação, sobretudo a educação pública. Não conseguimos pensar a educação como investimento social ainda, e sobretudo os governos de direita, que se fundamentam no pensamento liberal, não colocam a educação como prioridade. E caiado, é um homem assumidamente de direita, fundador da UDR. Educação, Direitos Humanos, Promoção da Igualdade Racial não são e não serão prioridades em seu governo. Basta ver pela estrutura de um governo para ver a importância que se dá a cada tema.



Este ano o Governo Federal deu um reajuste de 15%, o que eleva o piso para 4.420,00. A CNM orientou os munícipios a reajustarem o salário dos professores, novamente, como foi feito já no ano anterior pelo INPC, o que daria um aumento de 5.93%. No ano passado, quando o aumento deveria ter sido de 33% para recuperar as perdas do piso, os municípios que reajustaram pelo INPC, deram apenas 10,16%. A relação entre os estados e Municípios é fundamental para o cumprimento do Piso, por isso, Caiado é responsável pela situação do piso em Goiás. Entretanto, o Governador conta com aprovação recorde de 70% e uma popularidade nunca vista por um governador. Parece mais uma vez que vigora aqui a ideologia do trabalho escravo, aquela que já discuti no blog ( Trabalho escravo), conjunto de ideias segundo a qual pessoas são convencidas de que precisam trabalhar em condições desumanas por que foi para isso que vieram ao mundo.

Ao deixar de pagar o piso dos professores é deixado de lado a maior arma de valorização do professor. E precisa parar como esta história de que ser professor deve ser um ato de amor. Todo tipo de trabalho pode e deve ser um ato de amor, mas amor não paga conta por si só. Professores precisam pagar suas contas, terem vidas dignas, lazer, cultura, e sobretudo acesso a todas as coisas que produzem bem estar na vida. Professor, educador técnica, é profissão, e como tal devem ser bem remunerados, e de acordo com a importância que se dá a educação. Por isso, não pagar o piso para os professores é uma forma de degradar a escola pública, manter quem dela precisa em condições de não acesso aos bens culturais que contribuem para construir uma verdadeira cidadania.


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